Veja a segunda parte do estudo bíblico preparado pelo missionário, James Gilbert, que mostrará a criatividade nas atitudes de Neemias. Encontre o estudo completo nas páginas 8 a 12 do Guia Meu Educador Social Cristão.
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A história do Muro Neemias e os judeus foram capazes de produzir um resultado único: reconstruíram os muros de Jerusalém em apenas 52 dias. Eles fizeram isso apesar de trabalharem em meio às ruínas, sob contínua zombaria e humilhação por parte de seus inimigos.
Para piorar, eles eram pobres e endividados por seus próprios nobres que insistiam em cobrar impostos pesadamente. Suas vidas e a vida de suas famílias estavam em constante risco durante toda a construção do muro, pois muitos inimigos se uniram para atacá-los. Mas em vez de desistir, eles terminaram os muros em menos de dois meses! Isso é de fato um feito impressionante!
Nos capítulos 1 e 2, Neemias recebe as notícias de que os muros de Jerusalém ainda estão em ruínas, algo que gera muita desgraça para o povo que vive ali. Ele recebeu as notícias no Palácio de Susã, na Pérsia, onde ele era o copeiro do rei Artaxerxes.
Sua reação é jejuar, e orar pelos próximos 3 meses. Ao final deste período, ele fez conhecido do rei aquela situação.
Sua oração revela seu profundo entendimento das Escrituras, especialmente de Deuteronômio, que é citado várias vezes no texto. Ele se aproximou do rei com sua petição, consciente do risco que corria se fosse mal interpretado.
O pai do rei, o falecido rei Xerxes, tinha sido assassinado pelo comandante da guarda real. Uma mudança de comportamento podia ser visto como um atentado contra o rei. Neemias foi, então, muito cuidadoso ao abrir ser coração para o rei Artaxerxes.
O rei concordou em deixá-lo ir à Jerusalém para reconstruir o muro. Ele também deu sua proteção pessoal e os recursos de madeira necessários, um grupo de servos e cartas de passagem.
A resposta de Neemias foi “…Visto que a bondosa mão de Deus estava sobre mim” (2.8). Outra dificuldade que tornava esta petição mais arriscada era o fato de que este mesmo rei tinha parado todo o trabalho em Jerusalém anos atrás (Esdras 4.18-22).
Ao chegar em Jerusalém, ele revelou sua missão apenas depois de inspecionar os muros à noite, em secreto. No dia seguinte, chamou os líderes do povo para revelar a missão. O capítulo três registra cuidadosamente todas as famílias e onde elas trabalharam no muro, como um testemunho de sua bravura e ação.
A primeira onda de oposição vem na forma de zombaria
Assim que o trabalho começa, vem a oposição:
Quando Sambalate soube (…) ficou furioso. Ridicularizou os judeus. E, na presença de seus compatriotas e dos poderosos de Samaria, disse: “O que aqueles frágeis judeus estão fazendo? Será que vão restaurar o seu muro? Irão oferecer sacrifícios? Irão terminar a obra num só dia? Será que vão conseguir ressuscitar pedras de construção daqueles montes de entulho e de pedras queimadas?” Tobias, o amonita, que estava ao seu lado, completou: “Pois que construam! Basta que uma raposa suba lá, para que esse muro de pedras desabe!”. (4.1-3)
A intensa zombaria afetou seriamente a moral dos judeus. Então, Neemias responde com uma oração pública.
Ouve-nos, ó Deus, pois estamos sendo desprezados. Faze cair sobre eles a zombaria. E sejam eles levados prisioneiros como despojo para outra terra. Não perdoes os seus pecados nem apagues as suas maldades, pois provocaram a tua ira diante dos construtores. (4.4,5)
A oração de Neemias revela o quanto a zombaria os afetava. Jesus, aproximadamente 450 anos depois, nos desautoriza a orar por vingança. Ao invés de pedir a Pai que amaldiçoasse os que o crucificavam, ele ora pelo perdão (Lucas 23.34). Mas fica claro que zombaria era uma tática para minar acoragem e força e Neemias contra-atacou com a oração.
A segunda onda de oposição veio na forma de ameaças
Eles continuaram a construir o muro, atingindo a metade da altura quando a pressão novamente aumentou. Agora, os Árabes, os Amonitas, e os Asdoditas estavam muito bravos devido ao progresso obtido. A zombaria não tinha funcionado, então eles planejaram se juntar para atacar Jerusalém.
A pressão tinha se multiplicado. À medida que o muro subia, os materiais precisavam ser içados numa altura maior. O ritmo era menor e o maior problema era a diminuição no ânimo dos trabalhadores.
“Enquanto isso, o povo de Judá começou a dizer: ‘Os trabalhadores já não têm mais forças e ainda há muito entulho. Por nós mesmos não conseguiremos reconstruir o muro’. E os nossos inimigos diziam: “Antes que descubram qualquer coisa ou nos vejam, estaremos bem ali no meio deles; vamos matá-los e acabar com o trabalho deles.” (Ne 4.10-12)
A situação era grave, os inimigos estavam unidos e prontos para atacar, o trabalho ficava cada vez mais difícil, e a resistência do povo estava por um fio.
Neemias poderia ter desistido nesse momento, e ter retornado a seu trabalho de honra e prestígio no palácio. Ele poderia ter reclamado sobre a quantidade de inimigos, recursos insuficientes, e corrupção entre seu próprio povo.
Ele poderia ter voltado atrás. Mas, ao invés disso, ele criou novas maneiras de enfrentar os novos obstáculos.