Dia 4: “…o pão nosso de cada dia nos dá hoje…”
O Pai que é um Deus Santo, Rei e Senhor de todo o universo, quer que eu faça conhecidas as minhas necessidades básicas como alimentação, moradia, segurança, saúde, vestuário, transporte e trabalho. Por que? Ele já as conhece! Muitas delas são supridas a cada dia, sendo que muitas delas eu nem percebo.
Qualquer adulto com mais de 20 anos já acumulou pelo menos 7.300 dias nos quais os nutrientes, a respiração, o sistema imunológico e tudo o mais necessário para a manutenção da vida foram providenciados! Quantos dias Deus já supriu o pão de cada dia para mim e para os meus? No entanto, Jesus me instrui a levar até ele diariamente, as minhas necessidades.
O fato é que ele supre as nossas necessidades, um dia após o outro, até que nossos dias de passagem pela terra se acabem. E a conta destes dias, é ele também quem a faz. Uma das razões pelas quais ele quer que nós peçamos a ele o que precisarmos é pedagógica. Nos esquecemos da providência divina muito facilmente! Somos incuráveis nas nossas ansiedades e podemos deixar que elas roubem a nossa paz de espírito.
O Evangelho de Marcos contém um relato que ilustra bem este fato. Não muito tempo depois da multiplicação dos pães na qual Jesus alimentara uma multidão de 5.000 homens além das mulheres e crianças, Jesus foi atacado por líderes religiosos bem agressivos. A rejeição crescente por parte dos líderes religiosos provocou uma retirada um tanto brusca por parte de Jesus que entra no barco e instrui os discípulos a passarem para o outro lado do lago.
Os discípulos descobrem logo em seguida que no barco há apenas um pão! Na pressa, tinham se esquecido de comprar mantimentos. Jesus está refletindo sobre o confronto na praia e tenta ensinar algo importante para os discípulos. “Estejam atentos e tenham cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes” (Mc 8.15). Tratava-se de uma advertência contra se deixarem influenciar pelos poderosos e suas palavras eloquentes e atitudes arrogantes que contaminavam toda a sociedade e os faziam cegos para enxergar o Salvador, ali, em carne e osso! Mas os discípulos estão preocupados com o pão, com quem falhou em providenciá-lo e o que fazer para remediar a situação!
Ouço uma certa frustração na voz de Jesus no diálogo a seguir:
Por que vocês estão discutindo sobre não terem pão? Ainda não compreendem nem percebem? Seus corações estão endurecidos?
Vocês têm olhos, mas não vêem? Têm ouvidos, mas não ouvem? Não se lembram?
Quando eu parti os cinco pães para os cinco mil, quantos cestos cheios de pedaços vocês recolheram? ” “Doze”, responderam eles.
“E quando eu parti os sete pães para os quatro mil, quantos cestos cheios de pedaços vocês recolheram? ” “Sete”, responderam eles.
Ele lhes disse: “Vocês ainda não entendem?” Mc 8.17-21
Como discípulos, homens e mulheres com uma tendência à cegueira e à surdez, precisamos:
1- Cultivar o hábito de VER as provisões de Deus em nosso favor. Se não conseguimos enxergar nem isto, como veremos as grandes e ocultas coisas que ele tem reservadas para o mundo?
2- Cultivar um espírito sereno que nos ajuda a enxergar as coisas de um ponto de vista mais amplo, mais alto e menos narcisista! O que é mais importante? Resolver o problema do pão ou aprender com Jesus, aqui no meu barco?
3- Aceitar o convite de Jesus para levarmos até ele todas as nossas necessidades como prática diária porque este hábito aumenta a nossa fé e nos faz mais gratos.
Pense agora em sua família:
1- Traga a Jesus as necessidades por provisão que você vê na sua família, hoje. Vá em frente! Faça a sua lista sem medo de estar pedindo demais. Deus responderá de acordo com o que for melhor para vocês. Não se adiante, tentando adivinhar qual será a resposta de Deus e tentando orar para que “dê certo”. Use da honestidade e diga a ele exatamente o que está no seu coração.
2- Peça a Jesus que tome os seus pedidos e que ajude a você a deixar de se angustiar em relação a eles. Entregue nas mãos dele toda a sua ansiedade, e em troca, peça a ele que te dê serenidade para seguir com os seus afazeres e obrigações.
3- Termine este momento fazendo uma oração de gratidão por todas as provisões que conseguir se lembrar!
Por Elsie Gilbert, imagem Andrew Gilbert