Por Débora Vieira e amigos
Hoje vamos começar uma série de textos sobre conversas sobre Deus em família. Seria um único texto feito a seis mãos, mas, foi tanta experiência trocada que vale olhar com cuidado para cada vivência compartilhada. Cada realidade familiar é única. Como diria a banda filosófica Mundo Bita (risos):
Cada mundo cabe em cada casa
Cada casa tem seu jeito de ser
Vamos assim, nessa série de seis textos, ouvir mães e pais, de diferentes “mundos”, que vão compartilhar como eles têm buscado conversar sobre Deus com seus filhos, apesar da correria da vida. Eu, por exemplo, sou mãe de primeira viagem e gosto de ouvir esses conselhos pra ir retendo o que cabe aqui, em nossa realidade. Nosso babê tem 6 meses (7 no próximo sábado, meu Deus!) e, mesmo sem ele parecer entender, vou me metendo a conversar, cantar, ler e contar história pra ele. Nesse mês comecei a introduzir novos livrinhos, mas até os 5 meses ele só ouviu uma única história: a do cordeirinho Bebé que se perdeu do Bom Pastor. “Mas como Ele é Forte e Poderoso, ouviu o chorinho “béeee, béeee” e foi buscar o cordeirinho! Ele o encontrou! (Eeeeeeee!) E o trouxe de volta em seus braços, cuidando de todo o seu dodói. O melhor lugar do mundo é no colo do Bom Pastor!” Ele vai observando e reagindo cada vez mais, que processo especial! Se saímos um pouquinho de casa, plantinhas, bichinhos, nuvens e o calor do sol são motivo para lembrar de Jesus e ele acha engraçado quando falo com gestos, abraçando-o forte no meio da frase “Jesus aaaaaaaaaama o Davi Lucas!”. Por aqui, vamos aproveitando assim. Eu trabalho de casa e isso me facilita na interação com o Davi. Alguém aí, mãe de bebê em outra realidade, de repente trabalhando fora, quer compartilhar aí nos comentários como consegue ter esse tipo de “conversa espiritual”, também? Será precioso para nós ouvir a sua opinião!
E por hora aqui, vamos ouvir uma amiga que vive num contexto parecido com o meu, pois pode estar em casa durante o dia – e sabemos que isso faz bastante diferença na hora de pensar em conversas com filhos. (Para adiantar: nos próximos textos veremos realidades diferentes que trarão outras perspectivas sobre o tema.) Mas vamos lá! O que a experiência de uma mãe de dois: uma menina de 10 e de um jovem adulto de 26 pode acrescentar para você e para mim?
Bom, ela nos conta: “Eu diria que conversar sobre Deus é uma questão de prioridade. Os afazeres de casa nunca acabam. Se você não larga uma coisa ou outra para inventar esse tempo para o filho, o dia passa e isso não acontece. Sem contar que esse tempo acaba sendo flexível, porque tem também os compromissos e vida social deles. No caso de um filho “jovem adulto”, por exemplo: quando ele chega do trabalho, se você não for até ele para sondá-lo, perguntando como foi seu dia, fazendo perguntas específicas sobre o trabalho – como está o ambiente por lá com os amigos e chefes – isso não vai acontecer espontaneamente da parte dele. É preciso parar de fazer o que estamos fazendo para irmos até eles, e de acordo com as respostas, aí sim aproveitar os ganchos e entrar nos assuntos de Deus, Por exemplo, o que Deus nos instrui nessa situação? Ou, que postura nossa agradaria a Deus nessa situação? E às vezes essas conversas acabam se estendendo, com trocas de opiniões, juntos estudando, consultando a palavra de Deus e sem perceber, já estamos cultuando juntos. Isso é estratégia para cumprir prioridades. Nunca esqueça que se a conversa não partir dos pais; esse movimento de ir até eles, dificilmente esse momento vai acontecer.
Agora com minha filha que é criança, sei que ela está em construção da personalidade e da vida espiritual. Aí, além das perguntas e aplicações, quando ela chega da escola, também procuro ler a Bíblia com ela antes de dormir, pra ela querer criar essa rotina. Isso requer de mim criar esse tempo com ela, também.
Tenho a esperança de que “lá fora”, quando eu não estiver com eles, a mente deles traga tudo o que foi conversado e aprendido em casa, porque a voz da mãe sempre fica. E é por isso que é essencial criar esse tempo com nossos filhos, colocando esse momento da vida espiritual deles no topo dessa lista de prioridades.”
Que precioso! Pensamos então neste primeiro texto sobre a importância de criar tempo. Apesar de cada família ter seu mundo e seu jeito de ser, é crucial refletirmos que o tempo da infância e da juventude são únicos, para todos. Tempo de semeadura, como nenhum outro. Que o Senhor nos dê sabedoria para discernir o tempo que se chama hoje, em que podemos investir no compartilhar de experiências, vida na vida, como o “presente” que Ele nos dá. Eclesiastes 3 nos lembra disso com tanto saber:
Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar de alegria; tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar; tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora; tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar; tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz. (Eclesiastes 3:1-8)
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