A única esperança possível para nós que testemunhamos diariamente o sofrimento das crianças é a certeza de que um dia Jesus voltará para destruir todas as engrenagens do mal que hoje operam em nós e entre nós. Ele prometeu uma grande reforma cósmica. Toda a ordem criada voltará ao equilíbrio. As pessoas (de carne e osso, assim como o Jesus ressurreto) viverão em harmonia porque a marca do seu reinado será a paz.
Ele nos falou também do reino de Deus como algo presente, já operando em nós e entre nós. Que reino é esse? Onde fica a sua capital? Sabemos que o rei é Jesus, mas será que ele reina mesmo, sem estar presente de forma física? Quais são as leis desse reino? A verdade é que o reino de Deus é um grande mistério!
Mas temos algumas pistas. Por exemplo, sabemos pelos relatos dos Evangelhos que:
– O reino de Deus foi inaugurado por Jesus em sua morte e ressurreição. Esse reino existe hoje, mas será concluído quando ele voltar.
– O reino de Deus reserva um lugar especial para as crianças.
– O reino de Deus não é uma realidade apenas espiritual. Ele se estende diretamente por toda a ordem criada. Deus não desistiu deste mundo: da natureza, do nosso corpo, da matéria.
É por isso que não podemos, como agentes do reino, desprezar aquilo que Deus preza! A invenção do corpo foi uma idéia de Deus, e ele foi feito para ser vivido de forma inseparável e interdependente com o espírito. Somos seres complexos, maravilhosamente formados.
Os evangélicos, freqüentemente, separam em duas caixas diferentes e fechadas as realidades espirituais e físicas. Atribuem um valor maior para o que julgam ser espiritual e outro menor para o que consideram físico. Essa tendência tem uma origem pagã.
Ela nos prejudica, porque acabamos divididos. Por um lado, fazer o bem ao próximo por amor a ele é um mandamento, mas parece ser uma coisa tão corriqueira! Por outro, evangelizar, falar do amor de Deus, sem ações concretas parece tão insincero! Polarizamos a questão: uns jogam tudo na ação social; outros, tudo no evangelismo.
Ação social e evangelismo são diferentes, mas ambos são deveres cristãos e estão interligados. Talvez o depoimento a seguir nos ajude a avaliar nossas práticas como agentes sociais cristãos.
Autor(a): Elsie B. C. Gilbert, editora da Rede Mãos Dadas.