O que sobrou para mim foi jogar o jogo do mundo
Às vezes, eu não sabia o que estava acontecendo. De repente, a gente fica sem o pai. Depois, começa a notar que a vida mudou, que já não é a mesma. Mudando, todo o ano, de casa em casa, vivendo com pessoas estranhas, muitas brigas… Muito desespero…
Eu olhava para tudo e não via nada. Às vezes, eu me sentia como se não devesse ter nascido: “Sou um estorvo, estou aqui para receber alimento, roupas, brinquedos…” O mundo lá fora parecia tão bonito, com tantas pessoas alegres, coloridas, com seus brinquedos novinhos em folha! E o meu mundo estava sempre cinzento, sem vida… “Não faça isso, não faça aquilo. Não ande com fulano. Cuidado. Me respeita”. Isso era o que eu ouvia. Aquela sensação foi entrando dentro de mim até me fazer acreditar que o mundo inteiro estava contra mim e que eu, afinal, não tinha ninguém para me ajudar. Então, o que sobrou para mim foi jogar o “jogo do mundo”.
Depoimento de um homem de 40 anos, casado, dois filhos, crente no Senhor Jesus e profissional da área de comunicação.