A ética nos ensina a valorizar regras que nos orientarão em nossos relacionamentos. Regras restringem os nossos movimentos, como então podemos dizer que a ética promove a liberdade? Passe um tempo em um ambiente opressor onde não há ética e logo você verá. Sem a ética, apenas o mais forte consegue exercer sua liberdade. É assim nos pátios das escolas, é assim nos morros controlados pelo crime organizado, é assim nos lares onde a vontade de um adulto “mais forte” se sobrepõe aos direitos de todos os outros membros da família. Onde não há ética, a criança é sempre a primeira a perder sua liberdade e dignidade.
O caminho da opressão é muito mais trilhado do que o caminho da liberdade em nossas comunidades. O trabalho social não é construção, é reconstrução. Não partimos do começo e sim do meio. Na primeira parte da história, muita coisa errada já aconteceu, está claro que temos adversários! É possível até que algum desses inimigos esteja dentro de nós.
Se quiser refletir um pouco mais sobre este assunto, baixe o artigo escrito por Elsie B. C. Gilbert e publicado na Edição 22, Ética no Trabalho Social Cristão. O tempo de lá pra cá voou! O menino da capa daquela revista, o Marcos Sacramento, tem hoje 17 anos e se prepara para o ENEM, participa da União Presbiteriana de Adolescentes da Igreja Presbiteriana de Viçosa e é líder da ABS (Aliança Bíblica Secundarista) local.
Contudo, a passagem do tempo não diminuiu a relevância deste tema! Por exemplo, nos locais onde o estado busca implementar a escola de tempo integral, este assunto é vital. Se a promessa é melhores oportunidades para as crianças, que este não seja um discurso vazio. Se não, corre-se o risco de implementarmos a institucionalização da infância em locais feios, opressores e corruptos!
Que a palavra empenhada de cada educador, de cada administrador, de cada autoridade, se extendendo à toda a cadeia de profissionais ligados às crianças, seja cumprida nas rotinas, nos relacionamentos, nas posturas com muito compromisso e ética.