Quarto estudo: O Otimismo Falhou na Hora H!

Jesus tinha acabado de celebrar a Páscoa, a maior festa do calendário do povo judeu desde a saída do povo de Israel do Egito, um lugar de escravidão. Durante a festa, o principal item do cardápio era um cordeiro assado. Isso porque, na noite em que o povo de Israel saiu do Egito, cada família comeu um cordeiro. Eles entendiam que o cordeiro inocente era o sacrifício necessário para que Deus perdoasse os seus pecados. O cordeiro dava a sua vida em sacrifício. 

Naquela noite, Jesus havia partido o pão e dado a eles o vinho, representando o seu próprio corpo que seria dado em sacrifício para a redenção de toda a humanidade. Nesse sentido, Jesus era o Cordeiro da Páscoa. Depois de terem cantado um hino, saíram para o monte das Oliveiras.

Instruções para o Facilitador: Peça para cada pessoa ler uma linha da tabela abaixo. Na coluna da direita está a passagem bíblica e à esquerda um comentário.

Então Jesus lhes disse: “Ainda esta noite todos vocês me abandonarão. Pois está escrito: ‘Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho serão dispersas’. Mateus 26:30

Note um fato curioso. Quando Jesus distribuiu o pão e o vinho e declarou “Este é o meu corpo, este é o meu sangue”, ele estava se colocando como o Cordeiro, aquele que é oferecido como sacrifício.

Logo depois, Jesus diz aos discípulos que eles o abandonarão naquela mesma noite. Certamente ouvir isso foi um choque. E é então que Jesus retorna ao tema do pastor, chamando a si mesmo de pastor, e atribuindo a Deus a ação de “ferir”. Jesus cita a profecia registrada pelo profeta Zacarias. (Zc 13:7) 

Jesus é, ao mesmo tempo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, e o Pastor que reúne as ovelhas desgarradas.

“Mas, depois de ressuscitar, irei adiante de vocês para a Galileia”.

Pedro respondeu: “Ainda que todos te abandonem, eu nunca te abandonarei!”

Mateus 26:32-33

Jesus dá essa má notícia: ele será atingido, e desta vez será para a morte. Mas aí, ele mesmo se apressa a dizer: “Calma, há boas notícias também. Eu serei ressuscitado”. Essa é a parte principal da fala de Jesus. Mas Pedro, com muito otimismo e ingenuidade, não aceita a fala sobre o pastor e as ovelhas e a previsão de Jesus de que os discípulos, assim como ovelhas medrosas, serão dispersos.

Respondeu Jesus: “Asseguro-lhe que ainda esta noite, antes que o galo cante, três vezes você me negará”.

Mas Pedro declarou: “Mesmo que seja preciso que eu morra contigo, nunca te negarei”. E todos os outros discípulos disseram o mesmo.

Mateus 26:34-35

Nosso ambiente, incluindo as pessoas ao nosso redor, exercem grande influência sobre nós. Nisso, Pedro e os discípulos não são tão diferentes do que somos hoje. Pedro se deixa levar pelo momento e diz algumas coisas muito fortes. Pedro é muito otimista, assim como os outros discípulos.

Instruções para o Facilitador: faça você mesmo as conclusões depois da leitura deste texto de Mateus 26. Depois, distribua as perguntas que devem ser lidas e respondidas pelos participantes.

O autor Georges Bernanos escreveu que otimismo e pessimismo são dois lados da mesma moeda. Ele baseou isso na ideia de que os dois lados são baseados em algo falso, em duas ilusões ou projeções da realidade. A realidade era que Pedro tinha medo de morrer e por isso, quando a ameaça se tornou evidente, ele negou que estava ligado a Jesus. Associado a isso estava a ilusão de que Jesus ia escolher usar o seu poder contra os seus inimigos. A realidade era que Jesus ia se entregar. Pedro acreditava que jamais negaria Jesus. Seu otimismo foi tão longe que ele declarou que morreria por Jesus. Quando confrontado pelos líderes políticos e religiosos, e quando Jesus, que podia acalmar tempestades, curar os doentes, expulsar demônios, não resistiu à prisão e não lutou, o otimismo de Pedro fracassou.

Quando os discípulos se tornaram apóstolos após a ressurreição de Jesus, Pedro e todos os discípulos — com exceção de Judas — deram suas vidas a Jesus. Georges Bernanos diz que a esperança, ao contrário do otimismo, se baseia na verdade. A verdade era que o sacrifício de Jesus era a única forma de ele promover a reconciliação de todas as coisas com o Criador. A verdade era que a reconciliação se baseava no amor e não no poder. A verdade era que Jesus queria reunir suas ovelhas como um pastor, e não montar um exército para uma grande conquista militar. Todas estas verdades finalmente fizeram morada nos corações dos seus discípulos, dando a eles esperança e coragem para perseverar até o fim.

  1. Em que se baseava o otimismo de Pedro? 
  2. Você se considera otimista ou pessimista? Explique.
  3. O que o otimismo de Pedro não viu ou entendeu?
  4. Qual foi a verdade que mudou o otimismo dos discípulos, transformando-o em esperança?
  5. Como você pode aplicar isso à sua própria vida?

 

Por James Bruce Gilbert